quarta-feira, 31 de março de 2010

uma noite no teatro

... faltavam 20 minutos para o início da peça e eu ainda estava a caminho.
... faltavam 10 minutos para o início da peça e eu ainda estava a estacionar o carro.
em contagem decrescente... estacionei, saí do carro e corri até ao teatro mm. 

depois de um dia e de uma noite muito animada com vários amigos na casa do amigo p em tróia... surgiu o convite para ir ao teatro assistir à peça "ivanov" de anton tchekov. uma peça encenada por tónan quito... realizada por 10 actores... com direcção musical e participação especial do grupo melech mechaya... e uma co-produção truta/teatro mm.

alguns dias atrás... estacionei, saí do carro e corri até ao teatro mm. no foyer... já estavam os amigos a&j mas faltavam outros amigos. eles chegaram, as portas abriram e entrámos. 

a peça é uma sátira de uma sociedade hipócrita e vazia de princípios, que vive entre a imobilidade e a incapacidade de existir. um grupo de 10 pessoas que está fechado numa sociedade rural... que têm de viver uns com os outros para sobreviverem... para viverem em sociedade. as relações, os vícios e os defeitos. 
a vida de ivanov... um homem insatisfeito com o presente... com um futuro vazio. um homem com dívidas, desgostos, dúvidas, pressões, culpas e problemas.
uma peça com dois momentos: o primeiro... ivanov&ana e mais 8 pessoas. o segundo... ivanov, mais 8 pessoas e o dia do casamento com uma nova mulher. mas a sociedade é a mesma e ivanov continua não percebendo nada da sua vida até que compreende o que deve fazer. e decide: acabar. e acaba a peça.

uma peça de várias intensidades... vários momentos... várias reflexões. um trabalho muito bem realizado.
uma peça com a magnífica e divertida participação do grupo melech mechaya. uma interligação perfeita entre actores, músicos, instrumentos e cenário. gostei muito!


>"cada um de nós é feito de demasiadas rodas, de demasiados parafusos, de demasiadas válvulas, para que possamos julgar-nos uns aos outros à primeira vista ou a partir de dois ou três sinais exteriores. eu não compreendo, o senhor não me compreende e nem sequer a nós próprios nos compreendemos..."<
anton tchekov.

Sem comentários: